Plenário lotado, depoimentos e discussão sobre ações em busca de prevenção e combate à exploração sexual de crianças e adolescentes no Município marcaram a audiência pública realizada na noite de ontem (14.05) pela Câmara de Sorriso em parceria com o Creas – Centro de Referência Especializado em Assistência Social.
O requerimento solicitando a realização da audiência é de autoria da presidente da Câmara, vereadora Marilda Savi (PSD). “Nossas crianças e adolescentes precisam ser protegidos de qualquer violência. Sabemos dos números assustadores em Sorriso e não podemos ficar alheios. Por isso, resolvemos propor esta audiência em busca de encontrar caminhos de maneira prática para este problema”, disse ao abrir o evento.
Para discutir o assunto, participaram do debate o secretário de Governo, Eugênio Destri, a secretária de Assistência Social, Cátia Rossato, a presidente do CMDCA , Fabiana Cristina Batista, a coordenadora do Conselho Tutelar, Luciene Pimenta e a psicóloga do Creas, Bianca Pistório, que conduziu os trabalhos.
O evento foi aberto com a apresentação de vídeos mostrando casos chocantes de violência contra crianças e adolescentes em Sorriso que ganharam espaço na mídia.
Foram apresentados dados da realidade de Sorriso. De agosto de 2011 a abril de 2013, o Creas registrou 28 casos de abuso sexual e um caso de exploração sexual. Mas, como nem todas as ocorrências são registradas, o órgão acredita que o número de vítimas é bem maior.
Baseado nestas informações, foi debatida sobre a subnotificação desta violência no Município, a importância da mobilização da sociedade, as formas de identificação do abuso e como tratar as crianças vítimas de violência sexual.
Ao final da explanação da psicóloga do Creas, foi apresentada uma proposta de trabalho visando a identificação das dificuldades e responsabilidades de cada órgão e quais as medidas que podem ser adotadas pelo Município, que ainda não foram propostas, no sentido de combater o abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
Durante os debates, alguns participantes apresentaram relatos de abusos sofridos na infância, contribuindo com as discussões que trouxeram para a realidade o tema debatido.
Participaram da audiência também vereadores; diretores, coordenadores e professores das escolas e Cemeis; representantes de associações de bairros; funcionários dos PSFs, PETI, CREAS, APAE, CRAS e Casa Abrigo da Mulher; membros das secretarias de Educação, Saúde, Assistência Social e Esporte; autoridades religiosas e sociedade civil organizada.