Hoje (30), pela manhã, vereadores, representantes das classes dos produtores rurais, membros de cooperativas, empresários do setor agrícola, secretários municipais e prefeitos da cidade de Sorriso e de Lucas de Rio Verde/MT, participaram de uma reunião de trabalho, onde foi tratado sobre criação de uma comissão que participará das discussões sobre a construção da nova ferrovia no estado de Mato Grosso, denominado "Projeto Pirara", ferrovia Ferrogrão.
O encontro tem o real o objetivo de articular junto aos governos, alternativas para agregar e adequar o valor do frete, principalmente durante as safras de soja e milho. O EMADE – Encontro Mato-grossense de Desenvolvimento Empresarial visa exatamente isso, buscar soluções para o impasse.
O Diretor Executivo da Pro Logística da Aprosoja/MT, Sr. Edeon Val Ferreira, explicou toda a parte técnica e operacional dos possíveis traçados da tão sonhada ferrovia. Existem dois  projetos em andamento junto ao Ministério do Transporte, um deles tendo como ponto de saída do terminal ferroviário a cidade de Rondonópolis chegando até o município de Lucas do Rio Verde, e o outro com início de embarque a cidade de Sinop/MT, ambos com ponto de descarga no Porto de Miritituba, Pará, que possui plena capacidade de escoamento.
Ocorre, segundo Edeon, é o fator de logística e aporte financeiro, já que ambos os projetos tem a contra partida de quatro principais Tradings, Cargil, Amaggi, Bubge e Louis Dreyfus, as quais terão a obrigação de construir e operacionalizar a ferrovia, com terminais de embarque, pátio de manobra, estacionamento e terminais de escoação/armazenamento e descarga.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Sorriso/MT, Sr. Luimar Gemi, “o fato gera uma enorme preocupação, já que Sorriso é considerado o município que tem a maior extensão de terra produtivas do estado e consequentemente produz mais grãos a nível mundial, recebendo o título da “Capital Nacional do Agronegócio”, se quer foi convidado para as discussões, ficando de fora de tudo. Trata de discutirmos justificativas para buscarmos soluções para o impasse, ser afetar os andamentos dos projetos já existentes”, finaliza.
Outro ponto amplamente discutido foi o fato de “direito de passagem”. Os agricultores temem a retenção desse direito, se caso o terminal seja de fato construído na cidade de Sinop, o que irá encarecer o frete, ficando inviável. Edeon (Diretor da Aprosoja), fala que esse assunto já esta sendo discutido, inclusive foi debatido nas audiências públicas que já correram sobre o tema, ficando sobre responsabilidade de a concessionária viabilizar o estudo sobre o “direito de passagem”.
A ferrovia terá 1.142 km, e tem o custo estimado de 12,6 bilhões de reais, com carga prevista de 13,0 milhões de toneladas a ser suportada até o ano de 2020 e de cerca de 42,0 milhões de toneladas até o ano de 2050, gerando aproximadamente, segundo o projeto, 116,405 empregos diretos.
Ficou definido que será criada uma comissão de produtores rurais, membros dos poderes legislativo e executivos na esfera municipal e estadual, membros de cooperativas e sindicatos ligados ao setor agrícola e sociedade civil organizada, para participares das discussões e dos projetos ligados a construção da nova ferrovia e juntos encontrarem a solução para o assunto, já que a classe produtiva está muito descontente com o que foi apresentado.